21 de abril de 2008

O TEIMOSO TEATRO POMBALENSE


grupo CTMA


Apesar da falta de apoio do executivo, de interesse do povo, de um espaço público decente, de visão empresarial dos comerciantes, de censo político dos jovens, comprometimento de educadores, da falta de ousadia e irreverência do pombalense, o teatro sobrevive. À mingua, mas sobrevive.

Como um Zé Teimoso, levando na cara, mantém-se de pé, graças à teimosia de parcos Quixotes, que em seus gabinetes sonham com montagens e casa cheia. Pessoas emocionadas e jubiladas. Tenho saudades do grupo terra, as reuniões em uma casa na rua João XXIII (rua do campo, próximo aos fundos da casa do finado Tota Santos – Pai da 1ª Dama). O Professo Gilmar... Final dos anos 80. Ia lá por que tinha uma turma que gostava se “som” (leia-se rock).

Nessa época já existia o pomposo Grupo Étimus, do qual tive a honra de participar, criado por Osvaldo Morais (já muito interessado pelas palavras e escolheu esse nome para o grupo) e com ele Walter Lages, Geovane Bitencourt, Alessandra Morais, Eu, Fábio e Fernando Amorim, Cícero da rua da Ribeira, Ângela, Robéria, Zé Santos, Nilsinho e outros que não me lembro e não necessariamente nessa ordem (teve uma equipe de gincana com esse nome também). Auditório do Ceb lotado, uns esquetes escritos por Osvaldo, que improvisávamos em cima e a casa vinha abaixo. Era o “Solte o Riso” I, II, III ..... Teve também a Beata Maria do Egito.

Tinha também, um pouco antes, o Fiapo de Manga no Dente... marditoooo... fiapo de manga... preso no maxilar inferrriorrr... Vi, muito pirralho eu na época, alguns ensaios no antigo Grêmio(outro esqueleto do nosso armário), com Carlos Krakatoa, Jean, Dodinha, Alexa, Naidson e outros. Eram bem “revolucionários”, “politizados” , com pichações noturnas, publicações... Fizeram poucas apresentações.

O Étimus também fez uns dois infantis lá no Grêmio, mas teatro infantil o negócio é mais complicado, criança é fogo!

O Étimus, certamente, foi grupo mais consistente até hoje. Sempre com Osvaldo Morais ao centro teve várias fases. Fez várias apresentações nos povoados e outras cidades da região. Era muito bom, apesar da improvisação, do amadorismo e falta de apoio (como sempre).

Nessa época ouvi falar do Grupo Terra do Final dos anos 70 para inicio dos 80, com Ivan Neves, Dr. Jairo e outros.

No início dos anos 90, tentamos reativar o Étimus, com o Auto da Compadecida e uma outra peça de Osvaldo que não me lembro o nome, desta vez contanto com Fernanda Amorim e Joseone. Ensaios no antigo Galpão, no Centro Espírita Irmão Salustiano e na “casa” de Bito de Souza. Produzimos bem, mas não encenamos. Era o início de uma fase fria.

Em 1992 houve a tentativa de se fazermos um grupo, com Fernanda, Adriana Reis, Marquinho, Prego, Renifran, Alex. Zé Santos e Renifram fizeram umas peças no Ceb nessa época, era “Aids, aconteceu comigo”, bem sutil né???
Osvaldo Morais continuou, com o professor Aiton e outros, montou algumas peças espíritas, mas com muita dificuldade, tempo para conciliar o trabalho, estudos e ensaios, falta de espaço.

Nos dias atuais, com a teimosia que já disse, o teatro pombalense ainda respira com o grupo CTMA, Kelly, Jamires, Normanda e outros mantém a chama acesa e já produziram algumas montagens, se juntaram para produzir outras. Se apresentaram nas Domingueiras, no Eventual Rock e o pessoal gosta muito. As meninas são esforçadas e fazem um bom trabalho.

Assim, o Zé Teimoso do teatro Pombalense vai capengando, capengando seguindo o seu caminho. Capengando por vários motivos e motivos falsos. O que falta empenho nosso, que gosta de fazer teatro, apoiar esses poucos que seguram o teatro em pé, para que algo mais permanente aconteça.

Arregacemos as mangas!!!

(Paulo Ferreira)

Nenhum comentário:

você é o visitante nº